domingo, 13 de janeiro de 2013

MEDO MORTAL - PARTE 2


Leopoldo ficou observando o caminhão se afastar, sem deixar de notar que o novato olhava em sua direção. Ficou preocupado. Tinha de fazer algo. A certeza de ameaça se configurara no pedido do sujeito. Se  não tivesse o que oferecer na próxima coleta, o mulato, certamente, faria alguma coisa com ele e talvez, até, com sua própria família. Nunca tinha visto o indivíduo na vida, e de repente ele lhe surgia com uma atitude assim, isso não era nada bom. Precisava preservar sua vida e a de seu pessoal, do jeito que as coisas andavam hoje em dia, tudo era possível. Lia no jornal, ouvia no rádio, via na televisão as notícias mais escabrosas, o perigo podia estar onde a pessoa menos esperava e muitas vezes ele vinha ao encontro do cidadão sem a menor cerimônia.
 O que fazer? Esperar pra ver ou se antecipar aos fatos? Tinha uma família, ela dependia dele. Uma mulher e um casal de filhos adolescentes. Precisava preservá-los a qualquer custo, pois certamente a ameaça se estendia até eles. Os olhos do mulato não deixavam dúvidas, ele iria cobrar sua dívida na visita seguinte. E aí?  A situação pedia uma providência urgente. Ele teria que  ser mais esperto que o famigerado, mesmo porque não tinha obrigação nenhuma de pagar refrigerante pra ninguém, eles já recebiam seus próprios salários, que comprassem suas necessidades sem ter que perturbar os contribuintes. A situação exigia uma ação precisa e definitiva, e ele executaria essa ação.
E já sabia o que fazer.

CONTINUA.

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