domingo, 30 de janeiro de 2011

UM SOPRO DE ADOLESCÊNCIA - PARTE 1

UM SOPRO DE ADOLESCÊNCIA
Sento-me num dos bancos da plataforma de subida dos trens na estação ferroviária de Nova Iguaçu, numa manhã cinzenta de segunda-feira, torcendo para que a composição não demore muito; não porque eu esteja com tanta pressa assim, mas se sentir dentro da condução em movimento, sabendo que em breve estarei em casa, é melhor e bem mais reconfortante do que a angústia da espera, sem a esperança tranquilizadora da chegada.
A plataforma encontrá-se com pouca gente àquela hora do dia, exatamente às dez horas e trinta e dois minutos, constato olhando de modo estratégico para meu relógio de marca humilde, ganho no último aniversário. O movimento é compreensível, afinal não é hora do rush e as pessoas, atualmente, têm se dividido muito entre os trens e os ônibus, pois os preços das passagens se equiparam, criando assim opções justas de locomoção.
No banco onde estou ainda me encontro solitário, sem o menor sinal de trem no horizonte e achando que, quando menos esperasse, a voz do alto-falante anunciaria onde ele se encontrava no momento e que, dentro de instantes, o mesmo estaria dando entrada naquela plataforma.
Foi então que vi dois garotos vindo na direção onde me encontrava. Dois pré-adolescentes. Um ruivo, baixo, meio gorducho, e o outro, moreno, magro, e com ar meio enfadonho.
Os dois sentaram exatamente no banco em que eu estava, que era duplo, um virado pra outra plataforma, no caso a de descida, e o outro para a rua na qual passavam ônibus e demais veículos.

CONTINUA.
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