domingo, 13 de janeiro de 2013

MEDO MORTAL - PARTE 3


 Leopoldo havia trabalhado numa firma de segurança durante muito tempo. Na verdade se aposentara nessa firma por questões médicas. Entendia de armas. Possuía um trinta e oito que conseguira de um companheiro de trabalho, que por sua vez o havia obtido por meios un tanto obscuros. Leopoldo desconhecia esses meios, mas seu companheiro fizera uma boa oferta, então ele aceitou e até hoje o guardava numa caixa de madeira no fundo de seu armário. Com a caixa no colo e o revólver na mão direita, verificou o tambor, e com satisfação, constatou que estava totalmente carregado, deu uma girada com o indicador da mão esquerda e o encaixou novamente no lugar. Sua mulher havia saído e seus filhos estavam no colégio. Nenhum deles sabia da existência daquela arma. Ele tinha muito cuidado com isso.
  Agora o plano.
  O caminhão retornaria para o depósito lá pelas cinco horas da tarde. Ele estaria lá esperando pelo seu oponente. Sabia onde ficava o depósito, localizado nas imediações da cidade. Daria uma desculpa qualquer para a mulher e partiria no pálio com destino ao depósito.
 Às vinte para as cinco deu início ao plano.
 Chegou ao local  às quatro horas e cinquenta minutos. Estacionou o carro numa rua paralela ao depósito, na verdade um enorme galpão, e ficou posicionado para ter uma boa visão da chegada dos veículos. Estava uma tarde meio cinzenta, com um ventinho frio que prenunciava uma chuva.. O galpão ficava meio isolado da cidade e ao redor só existia uns dois bares e algumas  casas um tanto afastadas. Ninguém ia estranhar um carro parado ali naquele momento.
 Chegou o primeiro caminhão. Ele ficou atento. Não era  o que ele esperava. O enorme veículo sumiu no interior do estabelecimento. Algum tempo depois a equipe ressurgiu e se dividiu, dois foram para um lado e os outros dois foram cada um em outra direção.

E aí vinte minutos depois surgiu outro caminhão. Era ele. Leopoldo experimentou um friozinho na barriga. Estava chegando a hora do ajuste.

CONTINUA.

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